domingo, 10 de junho de 2012

Dialética das atitudes - rebeldia ou escapismo?

O rebelde me instiga. Renuncia ao passado, traz novidade ao mundo.
O escapista me entristece. Vive do passado. Foge. Abstrai. Evapora.
Há quem confunda. Trivialidades, valores, sensos, consensos, regras, normas, leis, padrões, ideais, costumes...Ambos, insatisfeitos com o modus operandi.
A diferença é clara. E eis um complexo viver. O escapista renuncia a responsabilidade, não compreende que responsabilidade e liberdade andam juntas. Sem conhecimento, não há libertação, não há capacidade de superar suas limitações. Conhecimento gera responsabilidade (habilidade de resposta).

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Infelicidade cômoda

Hoje, um senhor me disse:
- O passado se torna presente de uma forma muito sufocante.
Pobre tatu entocado, bicho preguiça inerte!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Intenso Rio

Abunda, não só as bundas de suas garotas de Ipanema
Rio de água turva - suja
Rio de correnteza - lava
Complexo, deixa a gente perplexa
És ¨o purgatório da beleza e do caos¨
Será tu minha terceira margem rosiana?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A procura de Órion


Vasto breu.
Eventos terrenos não são mais imbuídos de significados cósmicos.
Massa de ar frio, áreas de alta pressão.
Instabilidade,
interações superficiais sob intensa nebulosidade.
O intimum espana.
Subversão.
Em tempos de escassez, O Gigante Caçador é caça.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O homem que confundiu a (ex) mulher com o pai

O homem se libertara do controle, da ex e do pai. Vivia liberdade singela, intensa há pouco tempo - viagens de harley davidson a telemedicina na amazônia, passando por montar o seu próprio negócio e enfim, ser senhor de si. Ocorre que o pai tivera um AVC, faleceu. Desagradável, mas todos estamos á mercê dessas situações. Prognóstico pior foi o do filho, AVC da alma com lesão fronto-temporal. Seu Véu de Maya transformou-se em cortina de aço. O homem se recolheu ao seu mundo real de ilusão. Corroborou para tal viver um fato inusitado: a até então, transparente ex-mulher aos olhos de quem vivia sob um reinado gnóstico, nesse mundo de não aceitação da perda, de obstinação por estratégias que não funcionam e de agnosia seletiva, se tornou o pai. Isso mesmo, o falecido! O homem alimentava sua cortina de aço com tudo aquilo dela que outrora o pai possuira - o mesmo emprego, empatia pelo tradicional ciclo familiar nascer/crescer/trabalhar/casar/ter filhos/envelhecer/morrer, trivialidades em geral e o mais importante de tudo: fazê-lo seu marionete. A mulher-pai aprova/reprova suas ações e resolve seus problemas. Perfeita para um homem com lesão do frontal! Melhor ainda quando se tem associada a do temporal - a agnosia com a falta de discernimento não o permitem perceber que a mulher não é o pai, quem dirá o que ele faz da própria existência. Pobre homem, preso sob cortina de aço, tivera medo de suas asas serem frouxas para aplainar nesse céu ilimitado. A vida nos prega peças. É preciso aprender a dar rasantes e, com serenidade, voltar a aplainar.